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Valores em família

Por Débora Corigliano – autora do livro Orientado Pais, Educando Filhos

Nesta época de Natal, muitas famílias tentam resgatar alguns valores que se perderam ao longo do ano. Como a caridade, a bondade, o perdão entre tantos outros. Porém, reais valores familiares devem ser cultivados todos os dias ao longo do ano, e se isso acontece com naturalidade plantamos uma pequena semente da harmonia.
Falar em valores , torna-se algo amplo e complexo. Quais os reais valores?
Hoje em dia, vivemos buscando algo para melhorar nossa qualidade de vida, nossos relacionamentos e nossa conduta profissional. Queremos ter, queremos ser. Porém, na correria acabamos pulando alguns aspectos importantes deste contexto: os valores.
Os valores são as convicções e as ideias que temos sobre a vida, as pessoas e o dinheiro. Os valores influenciam nossos relacionamentos: como tratamos uns aos outros e como resolvemos nossas diferenças. A transmissão de valores é uma das preocupações que toda família e escola possuem. Como fazer isso no dia-a-dia? Quais valores precisam ser passados? A escola pode ajudar? É natural que dúvidas acabem surgindo, não há como formar cidadãos éticos e preparados para viver em sociedade sem transmitir os valores humanos universais. Apesar de não existirem respostas simples, é possível apontar caminhos a serem seguidos, com o objetivo de amenizar alguns problemas de comportamento enfrentados atualmente dentro e fora da escola.
Quem define os valores para a criança?
Com certeza esse momento é responsabilidade da família em parceria com a escola. Porém cada um tem seu papel nesse processo. A escola trabalha com algo coletivo, a família já lida com particularidades de cada membro associado ao bem comum. A família oferece à criança todas as condições para desenvolver os principais valores, pois existe aí um vínculo emocional muito forte. Um ambiente familiar com moralidade, respeito e exemplos positivos formará uma criança com valores presentes e bem definidos. A escola colabora fazendo a manutenção constante dos valores apresentados em cada contexto familiar.

Atualmente se fala em valores de ontem, valores de hoje, valores dos pais, valores dos filhos. A partir dos valores da família e da escola se estabelecem uma educação significativa, que tem suporte nesses valores e que transforma a criança no homem e o homem em cidadão comprometido com seu momento, a sua época e o seu mundo.

Os valores são relativos e diferentes em cada contexto familiar. Existem valores que servem para uns, mas não para outros. E ninguém é melhor ou pior por isso. Os professores também precisam ter isso bem claro. Questões como ética, moral e valores devem ser trabalhados dentro das escolas, mas de forma nenhuma podem ser tratadas como verdades inquestionáveis. Acima de tudo, as individualidades precisam ser respeitadas.

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Os valores são os determinantes das escolhas que se faz, dos objetivos que se tem e o que se considera bem ou mau (para cada um). Para um melhor entendimento é necessário conceituar os valores. Alguns valores são gerais, todos devem conhecê-los a aplicá-los no seu dia a dia, como a verdade, a honestidade e o respeito. Outros são pertinentes a cada família. Porém existe um elo que família e escola estabelecem de forma significativa para garantir à criança um contexto permeado pelos valores.
Hoje em dia, a educação requer informação e apoio, e a escola pode ser um braço-direito nessa questão. A escola sempre está aberta a receber pais para juntos acharem o melhor caminho para o desenvolvimento emocional da criança. A escola tem seus valores dentro do processo da educação muito bem definidos e consegue passar isso para as crianças de forma clara e prática. Esse trabalho em grupo reforça as condutas e motivam as crianças a receberem esses valores de forma positiva.
A palavra respeito significa um valor que envolve muitas atitudes importantes como a consideração, a admiração por uma pessoa, o cuidado pela natureza, pelos animais e pelas plantas, enfim pelo mundo que nos cerca. E dignidade significa o respeito que temos por nós mesmos. Portanto, respeito é um valor que se refere a nós mesmos e aos outros, sendo que o respeito aos outros é a primeira condição para que as relações sociais aconteçam de uma maneira saudável.

A aprendizagem do respeito é construída através da convivência com as pessoas que nos cercam: familiares e educadores que dão testemunho de como agir respeitosamente. Cabe ao professor nesse momento rever com seu grupo de alunos os principais valores pertinentes e aplicá-los na sua vivencia. Existem jogos, dinâmicas e atividades que ajudam o professor a trabalhar com valores.
Isso também pode ser passado aos pais nas reuniões. Uma conscientização aos pais sobre valores pode mudar muito o relacionamento familiar e consequentemente a vida emocional do aluno.

Atitudes práticas

• Abrace seu filho todos os dias demonstrando-lhe o valor do afeto;

• Seja exemplo em pequenas ações do cotidiano, tanto com seus filhos, como com as pessoas que o cercam;

• Visite com seus filhos instituições que abrigam crianças ou pessoas idosas, para que ele entenda a dimensão da solidariedade;

• Exalte sempre as qualidades de seus familiares e amigos;

• Elogie seu filho pelas pequenas ações;

• Troque prêmios materiais por prêmios afetivos.

Aproveito este momento para desejar um Feliz Natal com muita harmonia!!!

Deixem as crianças serem crianças!

Por Débora Corigliano – autora do livro Orientado Pais, Educando Filhos

Ultimamente tenho conversado com pais que apresentam uma ansiedade muito grande com relação ao futuro de seus filhos. Pensam tanto no amanhã que se esquecem totalmente de viver o hoje ao lado dos filhos que amam.

Minha infância lembro-me bem, foi passada na rua , brincando, aprendendo, descobrindo e fazendo amigos. Aprendi a andar de bicicleta, a jogar bola, fazer comidinha (com terra e plantinhas), pular amarelinha, brincar de esconde-esconde, pega–pega, duro-mole entre tantas outras brincadeiras. Existia sim, uma rotina: escola, almoço, lição de casa e brincar. Tudo dentro de uma harmonia que hoje vejo, era a  ideal. No tempo que exercia a função de ser criança aprendi muitas coisas que carrego até hoje e essas lembranças me deixam muito feliz, saudosa até!

Lanço aqui uma pergunta. Seu filho vai ter saudades de que?  Da rotina apressada entre escola, aula de ballet, inglês, natação e futebol? De amigos que só conhece virtualmente pelas redes sociais?  E você me responde:

-Mas estamos na era da globalização, meu filho tem que “estar” atualizado.

E eu vou dizer: que bom, mas ele precisa ter tempo de ser criança. Ele precisa fazer coisas de criança, brincar não só com jogos educativos e sim com terra, com água, na chuva, no banho, com tinta, com bola, com amigos reais e não só super heróis, ouvir, criar e contar histórias. Inventar brincadeiras, aprender as brincadeiras típicas da infância, assim como as músicas, a nossa cultura.

São pequenas ações que compreendem o universo infantil e dão margem a uma vida saudável e feliz.

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Hoje em dia as crianças convivem com crianças na escola, porém isso não basta, pois mesmo neste ambiente infantil, a liberdade de escolha e o tempo não estão disponíveis. Faz-se necessário, na infância, o ócio, que nesta fase será o tempo mais produtivo que ela terá.

Pais inteligentes emocionalmente buscam para seus filhos uma vivência apropriada a sua faixa etária, sem cobranças nem exigências.

Percebo que devido à correria do dia–a–dia muitos pais apressam também a vida de seus filhos querendo que falem antes do tempo, que andem precocemente, que deixem de usar as fraldas rapidamente, que leiam e escrevam antes mesmo de conseguirem tomar banho sozinhos. E caso uma dessas etapas seja vencida antecipadamente a cobrança aumenta e essa criança vive em meio à ansiedade, exigências e muitas dúvidas.

Calma Pais! Deixem as crianças serem crianças.

Cada criança tem seu tempo, eu sempre exemplifico dessa forma, ela tem o tempo  para começar a falar, andar e se alfabetizar.  E o melhor tempo é o de brincar. Li recentemente um texto que fala sobre o direito de brincar de Gilberto Dimenstein. Ele define o brincar de uma forma tão agradável que resolvi transcrever um trecho do artigo.

“Brincar é, em essência, experimentar a emoção da descoberta. É surpreender-se investigando, no cume da árvore, as frutas e as flores. É admirar as conchas da praia, olhar os peixes no rio, sentir o gosto da chuva no rosto, sujar-se na lama, entrar nas cavernas. Ou, simplesmente, ficar sem fazer nada vendo as coisas, quaisquer coisas passarem, entretido com o canto de um pássaro. É cutucar a terra, descobrir a minhoca cortá-la em pedaços e ver as várias partes se contorcerem.  É ficar sentado, intrigado com as cores do arco-íris. Na brincadeira, unem-se o prazer e o aprendizado.”

Proporcionem aos seus filhos alguns momentos para que eles exerçam o papel de criança.

Aproveite o tempo que seu filho brinca, para observá-lo. Eu sempre oriento isso aos pais, pois quando os observamos estamos descobrindo suas reações. E no momento em  que a criança está brincando, fantasiando, criando, suas ações e reações estão latente e facilmente você as perceberá.

Quando eu era professora, tinha uma turma de maternal (crianças de 3 anos). Na sala de aula havia um aluno lindo, chamava-se Fernando. Ele não gostava de brincar com nada que sujasse sua mão, sempre que eu oferecia massinha, argila ou tinta, sentia que ele tinha vontade de brincar, mas algo maior fazia com que ele recusasse e ficasse apenas olhando os amigos. Isso me preocupava muito, pois eu queria que ele participasse das brincadeiras e nessas atividades as crianças aprendiam muito. Um dia marquei reunião com a mãe do Fernando e questionei como ele agia em casa com relação a sujar as mãos. A mãe respondeu que dificilmente isso acontecia em casa, pois ela era dentista e o pai médico, ambos tinham o hábito de lavar as mãos várias vezes e que cobravam esta postura higiênica do menino sem contar que não gostavam que ele se sujasse. Eu calmamente fui explicando para a mãe que Fernando era um menino de 3 anos e precisava brincar se sujar e experimentar várias coisas, que como mãe ela deveria autorizá-lo a sujar as mãos. Depois da nossa reunião, a família do Fernando mudou a postura e o mesmo passou a descobrir muitas coisas. Lembro-me tão bem o primeiro contato dele com a tinta, a alegria de carimbar suas mãos azuis no papel e sentir a textura e a temperatura que essa sensação lhe causava. A cada dia Fernando descobria coisas novas e sentia-se mais feliz. No final daquele ano, os pais de Fernando vieram conversar comigo sobre o quanto ele tinha mudado para melhor e como eles (os pais) também haviam aprendido a oferecer oportunidades para o filho.

Como foi sua infância? Do que você como mãe, pai ou responsável por uma criança, lembram da infância. Se você só tem lembranças ruins, vale a pena rever o que você está proporcionando ao seu filho. Caso suas lembranças sejam positivas, use-as como exemplo para que seu filho possa ter a mesma oportunidade que você.

Lembre-se que minha sugestão de proporcionar uma infância boa a seu filho, não envolve custo, apenas tempo e dedicação.

Para que seu filho exerça a função de ser criança, ele não precisa de brinquedos caros, vídeo game de última geração, basta apenas que ele tenha oportunidades para brincar, criar e ser feliz.

Crianças que vivem como  “ crianças”  têm em comum o desenvolvimento pleno de suas habilidades. Mesmo hoje, quando comentamos que as crianças  são diferentes  das de 20 anos atrás, precisamos  vê-las como tal. Respeitando-a  sem delegar  pressões e poderes que a  sociedade atual  insiste em forçar. A infância deve durar o maior tempo possível, e todos os pais devem colaborar para que uma menina de 10 anos ainda tenha característica de criança e não a de um adulto em miniatura.

Você quer saber se seu filho realmente está vivendo uma infância feliz? Pergunte para ele o que é ser criança.  Baseado nas respostas, você perceberá que tipo de infância está oferecendo a ele e se tem algo a mudar. Boa Sorte!

O jornalista está ficando menos inteligente?

Erros que jornalistas cometem em publicações impressas por diversas vezes me chamam atenção. Mesmo que a matéria passe pelas mãos de editores, os erros de português muitas vezes passam batidos. E não é só nas publicações impressas que esse erro ocorre, acontece que pelas mídias eletrônicas os erros são cada vez maiores. Além de correr o risco de publicar algo que não corresponde à realidade, os jornalistas deixam erros grotescos passarem despercebidos e serem veiculados em sites e páginas do facebook dos jornais mais famosos.

Entre eles destaco a página do Estadão no facebook, que não são apenas erros de ‘gigitação’. Por dia são pelo menos três erros corrigidos pelos comentários dos seguidores um pouco mais atentos às normas mais simples da nossa língua portuguesa.

Será esse o preço pago pela rápida informação? Sim, essa é a única razão de erros grotescos aparecerem em reportagens veiculadas na internet. Simplesmente a pressa em sem o primeiro a divulgar tal coisa. Ou será mesmo que os jornalistas faltaram nas aulas de português do ensino fundamental?

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